Queria conseguir transmitir isto que sinto por meio de palavras.
Queria ser capaz de me expressar perfeitamente, claramente, sem omissões...
Mas... Ou eu não possuo a mestria necessária, ou as palavras não são suficientes para que o consiga explicar correctamente... Sinto um vazio por isso.
Sinto algo cá dentro, mas não o consigo libertar.
Para onde foram as minhas adoradas palavras?
Acredito que uma palavra vale mais que mil imagens. A aparência não é escolhida, está determinada, sem olhar àquilo que somos por dentro. Mas, o que nos sai do pensamento, do coração, é parte de nós, é verdadeiro. É o que nos caracteriza. Sou eu que escolho o que digo. Sou eu que transformo o que sinto em palavras.
Porém, percebo agora a importância de um gesto. As palavras não são suficientes, nunca o foram, agora compreendo.
Sempre tive a convicção que as minhas palavras me ajudariam, em qualquer ocasião. E é verdae. Elas são o meu eu embelezado com os seus artifícios próprios. Uma beleza que não possuo, mas que as palavras me atribuem.
Elas sempre foram o meu suporte, o meu porto de abrigo. Sinto-vos aqui, mas percebo a vossa inutilidade... É evidente: as palavras não são suficientes quando o que temos cá dentro é maior que nós mesmos.
Eu não sou digna do que sinto, assim com as minhas palavras são absurdas, inuteis, incapazes de exprmir algo que eu própria não sei definir.
O que escrevo torna-se vazio, forçado... Não me sai por inspiração, mas por uma uma força de hábito, por uma vontade de aclamar o que sinto...
A ausência do toque, do cheiro, do beijo...
Esta saudade que me marca, que me aperta, que me consome...
Este sorriso que me doí...
Esta alma que lateja...
Estou aqui, sem saber como, sem saber o que me move, sem saber o que dizer...
Aproxima-te... Tentarei explicar....